Gostaria de acreditar que todas as dietas que fazemos, os cremes anti-celulite, as roupas compradas com o objetivo de nos fazer parecer magras, e não apenas ficar restrita ao aspecto físico, os nossos anos de leitura, de estudos, e principalmente, a nossa preciosa noção de respeito próprio e bom senso, fossem de alguma utilidade. Mas não adiantam em nada. Legal mesmo é ser acéfala, sem noção, ridícula, e , que se danem os "abaixo a anorexia", gorda. Porque é isso que esta senhorita é.
Viver da bunda não é novidade no Brasil, o grupo Tchan elevou essa aspiração máxima a muitas mulheres. Sheila Carvalho foi durante anos a "mulher mais sexy" pelos leitores da VIP. O padrão, quase sempre, foi este para os brasileiros.
O texto está agressivo, eu sei. Mas é muito triste para mim ver mulheres que sequer merecem esta condição, nos representar desta maneira. Somos objetos reduzidos a uma bunda ou no caso de Melancia, a duas e meia. E ela ainda tem a cara de pau de dizer que o trabalho (??) que fez para a Playboy foi "mais sofisticado". Onde , minha filha? Desenha.
E como se não bastasse tudo isso, ainda desfila modelos vulgares de roupas, tentando cobrir a sua famosa anatomia. O último passeio pela orla carioca desafiou os meus brios.



Não acho que todas as mulheres deveriam ser magras, mas não serei hipócrita, eu gosto de ser magra e me esforço para continuar sendo, no entanto, talvez pela idéia de que jamais poderemos ser como as modelos, muitas vezes legitimamos estas mulheres que expõem a sua sexualidade de forma tão explícita e depreciativa.
Se a ditadura da magreza teve sua derrota (rá!) desde a Melancia, eu não sei dizer. Mas acredito que as mulheres em geral, de todas as formas, tamanhos e cores, perderam muito com esta representação forçosa de uma espécime tão terrível. Triste sina para nós. Perder sempre para o que há de pior.
Danielle M