segunda-feira, 26 de julho de 2010

Non, je ne regrette rien ou Pq amo Edith Piaf



Ouvi quando era menininha ainda. Lembro até hoje que minha reação foi a mais dramática possível: chorei horrores. Sem entender uma palavra sequer em francês.

Não sei o que acontece, mas só em ouvir um acorde da rainha da chanson, fico assim. Edith recebeu o apelido de piaf, pardal em francês, por seu descobridor, quando cantava nas ruas de Paris. Ela era uma "menina de rua", vivia de trocados. Nunca foi bela. Andava curvada, como se estivesse carregando sempre um fardo. Cabelos ralos e encaracolados, olhos grandes e de um azul fechado. Sobrancelhas finíssimas e sempre de vestidinho preto.

O pai era um acrobata de circo, a mãe cantava também pelas ruas. Foi abandonada cedo por eles. Sua mãe enlouqueceu, foi criada pelas avós, uma delas era dona de bordel. Chegou a ficar cega durante a infância por 4 anos, curou-se devido a uma graça atribuída a  Santa Teresinha, era devota.  Aos 17 ficou grávida de Marcelle, sua única filha, mas a menina morre 2 anos depois, de menigite. Tragédia suficiente? Não, tem mais. Também perdeu seu grande amor num acidente de avião. o boxeador francês Marcel.

Vivia uma vida louca, bebia até cair, drogava-se, viciou-se em morfina, sei lá o que passava na cabeça dela. Parecia estar sempre infeliz. As músicas que interpretavam eram populares, tristes e contavam sobre a vida na rua, amores desfeitos, tragédias, sua vida né?

Era uma mulher pequena, mas nada delicada. Sempre teve saúde fraca e seu estilo de vida não favoreceu nada. Morreu muito doente com apenas 47 anos de idade, mas aparentava nesta época ter pelo menos 15 anos a mais, sem exageros.


Saber sobre ela só fez aumentar minha admiração. Quem realmente gosta de música não consegue ficar imune a Edith. Nem precisa entender francês. Na hora a gente arrepia quando escuta sua voz. A minha música favorita é a que dá nome a este post, "Non, je ne regrette rien" , Edith considerava esta canção a sua própria biografia. Amou e bebeu demais. Além de cantora, também foi atriz, o que não chega a surpreender, só vê-la cantando em vídeos antigos a gente percebe a performance dramática que ela possuía.

Recomendo para saber mais e chorar muito, "Edith Piaf, Uma canção de amor". Filme no qual Marilon Cotillard interpreta divinamente - ganhando o Oscar, inclusive - Edith.



Non... rien de rien...
Non... je ne regrette rien
Ni le bien qu'on ma fait,
Ni le mal - tout ça m'est bien égal!
Non... rien de rien...
Non... je ne regrette rien
C'est payé, balayé, oublié,
Je me fous du passé!
Avec mes souvenirs
J'ai allumé le feu,
Mes chagrins, mes plaisirs,
Je n'ai plus besoin d'eux!
Balayé les amours
Avec leurs trémolos
Balayés pour toujours
Je repars à zéro...
Non... rien de rien...
Non... je ne regrette rien
Ni le bien qu'on ma fait,
Ni le mal - tout ça m'est bien égal!
Non... rien de rien...
Non... je ne regrette rien
Car ma vie, car mes joies,
Aujourd'hui, ça commence avec toi!

Tenho vontade de chorar sempre que ouço essa música. Sempre!






 (tradução)


Não! Nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal - isso tudo tanto faz!

Não, nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Está pago, varrido, esquecido
Não me importa o passado!

Com minhas lembranças
Acendi o fogo
Minhas mágoas, meus prazeres
Não preciso mais deles!

Varridos os amores
E todos os seus temores (4)
Varridos para sempre
Recomeço do zero.

Não! Nada de nada...
Não! Não lamento nada...!
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal, isso tudo tanto faz!

Não! Nada de nada...
Não! Não lamento nada...
Pois, minha vida, pois, minhas alegrias
Hoje, começam com você!

Fotos: Reprodução Google images