quarta-feira, 21 de abril de 2010

Religião e política: sempre uma polêmica

Um projeto de lei que proíbe o uso da burca nas ruas da França pode ser aprovada a qualquer momento. Desde o ano passado, quando seminários e debates foram organizados nas unversidades, o povo francês (mulsumano ou não) vem discutindo essa lei proposta pelo Partido do Sarkozy, que agora também é apoiada pelo governo.

A lei pretender punir toda mulher que andar na rua usando qualquer tipo de lenço que cubra o rosto todo. O Governo e toda a maioria - conservadora - alega que a burca desrespeita o Estado laico. Para eles, esse tipo de "ostentação religiosa" vai contra o princípio de dignidade das pessoas, é um problema para segurança pública (assim como é proibido tirar foto de óculos escuros para passaporte) e cria um conflito para a questão da igualdade entre homens e mulheres que vivem no país.

Outras leis parecidas já existem, como por exemplo a interdição do véu nas escolas. O governo entende que religião não deve ser assunto de criancinha além de ferir gravemente a laicidade do Estado. Já nas universidades públicas a lei não colou. Talvez por que os jovens são mais crescidinhos e protestaram violentamente contra.

Aliás a turma do contra vem questionando principalmente 3 coisas: baseado em quê o Governo pretende definir o princípio de dignidade? Segundo os críticos, essa atitude não poderia se mais paternalista: "vou dizer a você como deve se comportar". Depois, se a burca for considerada uma ameaça à ordem pública aí eles realmente vão ter um problema jurídico pra resolver. Pois se os que usam a burca podem esconder armas e munições o que dizer dos góticos de capa preta? Ou outros tipos de roupas que cobrem o corpo todo.

E, finalmente, a sociedade faz coro: até onde um país pode ser orgulhar de ser uma democracia e portanto garantir a liberdade de seus cidadãos se adota uma lei que proíbe a manifestação religiosa de alguns?

É... Complicado...