terça-feira, 29 de novembro de 2011

10 anos sem George Harrison



Eu gosto dos Beatles. E isso já diz muito sobre mim.

Em todas as redes sociais que já fiz - e faço - parte, sempre coloquei essa mini biografia. Ninguém é uma coisa só, mas gostos e preferências nos guiam bastante.

Beatles sempre foi amor integral. Tudo começou com meu pai e o Album Branco em que eu, aos 6 anos de idade, achei muito branco e resolvi colorir por inteiro. Sem contar meu absoluto embevecimento ao ver os Beatles em seu último "show" tocando no telhado da EMI (no legendário estudio da Abbey Road). Queria pegar meu pianinho e violãozinho (fiquei em dúvida) e achar uma escada para chegar ao telhado da minha casa. Se os Beatles podiam...


Curtia muito John. Louco, criativo, político, a personalidade que mais me atraia. Paul era o bom moço com shows incríveis (que tive o privilégio de ver  dois, mal acredito que puder ver um beatle na minha vida), Ringo, o super fofo cara legal, o único que respeitava e reverenciava o que tinha feito no passado.

Mas George, hmm, Georgie, sempre foi meu favorito. Achava lindo, talentoso, amava a voz um pouco hesitante , era sensual e místico. Esta procura por Deus, seja como Krishna ( o que me valeu uma temporada de retiro entoando mantras e comendo bolinho de barro e amendoim, mas isso é uma outra história...) ou qualquer outra forma, me fazia sentir sintonizada com ele. Suas músicas também me tocavam profundamente, principalmente as que falavam de Dele. Toda vez que penso em All Things Must Pass eu me sinto bem, porque todas as coisas, realmente, passam. Eita verdade que dói.



 Durante este mês de novembro eu postei no meu facebook (/dannamagno) diversas fotos maravilhosas de George e seus adoráveis olhos marrons. Mas se eu tivesse que escolher uma, seria  com Olivia, sua 2a esposa e companheira até os últimos dias e seu filho Dhani, que é total a cara do pai (foi a que escolhi e está na minha postagem de hoje no face). Acho que George era isso. Um cara que viu o sucesso, mas foi além do mundo material. Na verdade George era o mais humano dos caras, o mais parecido com a gente por ser o falível, o contraditório e o mais hippie dos Beatles.

Foi o cara místico, mas adorava prazeres mundanos como Formula 1. Falava sobre as agruras do mundo material, mas vivia numa casa com mais de 100 cômodos. Era fechado e distante do público, mas foi o único que escreveu uma biografia. Falava dos Beatles como algo a parte, mas concordou em participar da Antologia.






Enfim, George era humano, demasiadamente humano! Quando no dia 19 de outubro eu fui ao cinema no Odeon para o Festival do Rio ver o documentário Living In Material World, eu, que já desconfia, tive certeza!


And in the end,
The love you take
Is equal to
The love you make.


Love, George!



danielle m

Fotos: reprodução dos muitos fãs de Beatles espalhados por aí.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Cuba Libre

Fui para Cuba onde passei uma semana como se tivesse viajado no tempo. Porque o país "parou" em 1959, após o triunfo da Revolução. Fiquei em Vedado, no centro de Havana, perto de tudo e, vamos combinar, Havana nem é tão grande assim, apesar de ser bem populosa.

São tantas coisas que vi, que senti, que já sei que vou voltar. Preciso de mais tempo para assimilar tudo, para rever coisas e conversar ainda mais com os cubanos, que são cariocas e baianos ao mesmo tempo.

Tirei mais de 800 fotos, revelei quase tudo, hábito que não tenho nessa era digital, mas revelar me faz lembrar de cada pedacinho da viagem e eu realmente não quero esquecer de nada, fora os vídeos que também fiz.
Além de Havana, fui a Santa Clara ver o mausoléu onde descansam os ossos do Che, encontrados na Bolívia em 1997 e translados para Cuba no mesmo ano, indescritível quando se entra no pequeno museu e no mausoléu logo depois, saí chorando, com um peso no coração terrível.A música "Hasta Siempre Comandante" toca ininterruptamente, além de uma grande e trêmula bandeira cubana por todo complexo, aliás, bandeiras e cantadas são a marca oficial de Cuba, hahaha.

Depois fui a Yaguajay, passando por Remedios e uma série de pequenas cidades rurais, incluindo a famosa Playa de Girón, conhecido por nós como Baia dos Porcos, onde mercenários americanos tentaram acabar com a revolução em 1961,o que conseguiram foi a declaração de Cuba como país alinhado ao socialismo, o bloqueio econômico também começou neste ano.

Aos poucos vou colocar algumas fotos, de momentos bem marcantes, porque eu fui ver a Revolução e vi tudo que queria dela, cheguei perto do mar do Caribe, mas a Playa de Girón só me trouxe lembranças históricas, enfim, o que eu queria mesmo.

Voltei com livros e mais livros de Camilo Cienfuegos, poucos do Che porque é fácil encontrar material sobre ele em qualquer lugar do mundo, mas Camilo...
Bom, quando visitei Yaguajay e o seu museu, as moças de lá ficaram surpresas e felizes com o meu conhecimento sobre praticamente tudo do belo comandante morto em 59 (postei sobre ele já ). Conheci inclusive a sua secretaria pessoal em Havana, dica de um livreiro impressionado com meus conhecimentos sobre Camilo, Dona Olga  me deixou entrar em sua casa e mostrou lindas fotos, muitas inéditas sobre Camilo e Che de seu acervo pessoal. Foi um encontro tão forte que ao sair de lá desatei a chorar tanto que o taxista nem acreditou, queria me levar para o hospital.

Taxistas são uma história a parte em Cuba, andei em todos os meios de transporte possíveis, menos os ônibus porque estavam sempre cheios e eu não iria atrapalhar os cubanos que estavam indo para casa. Tive a sensação que qualquer coisa que se move pode ser taxi em Cuba.

Tenho muito a falar, vamos ver se sai aos poucos...Voltei com el ron, tabacos (cigarro mais forte ever, todos que fumaram disseram isso), os puros habanos, claro e muitos imãs de geladeira do Che.

Danielle M

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O politicamente correto virou politicamente idiota

Cannes 2011. Lars Von Trier, aquele doido de sempre, declara em evidente tom de brincadeira, que é nazista e tem simpatia por Hitler numa conferência de imprensa. Logo depois é banido de Cannes. Banido, exatamente como os nazistas costumavam fazer.

Quem vê os filmes de Trier sabe muito bem que é impossível aquele homem ter algum respeito, quanto mais simpatia para com o regime nazista , suas obras são um ode a libertação, mas enfim, toda a obra de um homem é jogada no lixo por conta de uma brincadeira estúpida, assumida pelo próprio diretor.

Há uma grande diferença entre o comentário de Von Trier e as infâmias do enfant terrible John Galiano. Punir o diretor da mesma maneira que Galiano mostra como essa onda do politicamente correto chegou as raias da histeria e pior, já flerta com a censura.

 Pedofilo estuprador pode.


Engraçado que o pedófilo estuprador Roman Polanski  nunca foi banido de Cannes, aliás, sempre é reverenciado. Polanski é judeu. Ao que parece o holocausto e o judaísmo garantem para sempre uma mordaça e um escudo.

Danielle M

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sobre meninos e lobos - A guerra santa que nunca termina.

Bin Laden está morto! Não cabe a mim condenar a morte de um terrorista. Ao contrário de uma guerrilha, no qual a luta é contra um sistema instituído, e evita-se pegar inocentes, apesar de, no seu percurso, isso acontecer.  O terrorismo parte do princípio de que os inocentes são a única forma de chamar a atenção para sua causa. Assim, exterminá-los é prática comum e sem maiores questionamentos morais. Dito isso, entendo e concordo que os EUA durante 10 anos, e matando também inocentes no mesmo percurso,  corra atrás de um terrorista que causou tanto mal a uma nação.

Mas o que acho difícil de entender é - as vésperas de lançar sua candidatura para um 2o mandato - esta demonstração de Obama em trilhar o mesmo caminho da carnificina da era Bush. Ora, foi ele quem se vendeu de forma diferente "para o mundo" em sua campanha.

Claro que acho perfeitamente aceitável o resultado final  de matar Laden, que os soldados americanos não tiveram outra opção, homens como Bin Laden jamais deixam-se capturar vivos. Mas agora vem aquilo que os americanos nunca puderam evitar, o legado. Al Quaeda vai responder a altura. O terrorismo vai se espalhar e se fortalecer novamente. E o que isso significa? Mais Jean Charles pagarão, mais pessoas em NY,  Rússia, Espanha, Inglaterra,  pagarão. E nada, absolutamente nada vai os deter. Esse ciclo continuará ad aeternum.

Obama justificará mais uma guerra contra o terror,  fortalecerá  o orçamento das forças armadas e também novamente, assumirá a luta contra o mal tangível e assim, quem sabe, tentar recuperar a popularidade do seu  mandato, permeado de altos tributos e incompetência em deter a crise de 2008 e reerguer a economia americana.

"O mundo ficou melhor após a morte de Bin Laden", disse Obama. Não presidente, o mundo ficou a mercê da política armamentista americana e o senhor transformou seu país em alvo mais uma vez.

Resta agora saber se mostrarão as fotos do terrorista morto. Não por morbidez, mas acreditar na CIA e seu suposto exame de DNA é que não vamos. Se assistimos a execução de Saddam Hussein, porque não podemos ver agora a prova cabal da morte de Laden? Essa coisa de jogar o corpo no mar também foi difícil de engolir, o motivo real de escondê-lo - ou até mesmo jogá-lo se este bendito (rá) ato foi realmente executado - sabemos bem. Evitar que o terrorista tenha um túmulo e seja alvo de peregrinações. Que costume islâmico o que!  Não somos inocentes. E pergunto, porque diabos ainda existe a CIA?

Então é assim, inimigos nós matamos. Tudo bem por mim, não padeço da hipocrisia e carolice geral! Então deixem Fidel e a Revolução Cubana regozijarem do mesmo ato e princípio. Fim do embargo e de toda essa história  "pela democracia". Democracia por democracia, porque os americanos continuam comercializando com chineses, afegãos, e toda sorte de ditaduras que ainda existem pelo mundo?

 ÉÉÉÉÉÉ DOS EUA meu povo!

De repente é isso, o inimigo americano vale mais.
Enquanto isso os mesmos americanos que condenam as mortes pelas "ditaduras de esquerda", os "crimes contra a humanidade", saem as ruas comemorando o extermínio de um terrorista. Mas então? E quando o possível terrorista for algum suspeito no seio de  suas próprias famílias? E quando uma tropa  invadir as suas casas, matar sem chance de defesa e julgamento alegando terrorismo?

Pois é, já vou tirar meu chapeuzinho e tocar minha vuvuzela, porque o dia hoje é tão feliz, não é Obama? Bom é viver e respirar o ar da DEMOCRACIA!

Danielle M

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Eita revolução bonita de ser ver

Comunismo à parte e Fidelismo idem, o que tem de melhor na Revolução Cubana (1959) são os barbudos. Homens bonitos, viris e capazes de tudo!




Além do finado Che que amo, adoro e venero, outro morto que acho incrível é Camilo Cienfuegos, morreu aos 27 anos. Comandante, heroi e "rumbeiro", ou melhor, como dizem em Cuba,  "Jesus Cristo Rumbeiro". Adorava moças, rum, charuto e uma boa farra! Sorrisão sempre aberto, dizem que era um cara simples e bacana!





 Todo ano, no dia 28 de outubro, as crianças em Cuba jogam flores ao mar em homenagem ao "Senhor da Vanguarda". Ele faleceu em 1959, nove meses após o triunfo da revolução, num misterioso acidente aéreo onde nada, nem corpos e resquícios do avião, foram encontrados.



Camilo era, depois de Fidel, o Comandante mais popular. O mítico Che Guevara ganharia sua fama só depois!




Camilo e Che eram muito ligados. Che escreveu e dedicou o livro "A Guerra das guerrilhas" a ele, também deu o nome de Camilo ao seu primeiro filho homem.





Imagens: reprodução

Danielle M

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Hellow pipol!

Digamos que fiz as pazes com a internet e portanto meu periodo de férias do Buenas Ondas terminou. Vocês ainda estao por aqui? Para celebrar as maravilhas desses mundao virtual, ai vai uma dica para quem nao teve a chance de ver "Lecuona", espetaculo do Grupo Corpo de 2004. Ta tudo em dvd ou pedacinhos no youtube, é so fuçar.

Trata-se de uma série de Pax de Deux inspiradas em musicas de um dos grandes compositores cubanos das décadas de 30/40, Ernesto Lecuona. Forte, triste, apaixonado.

Como tiete do Corpo foi dificil escolher um. Essa coreografia de "Recordar" é de fazer chorar.



PS: Danielle M, especialmente para ti.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Arezzo, que feio.

Então a Arezzo que imita - ops, inspired - as tendências do mundinho dos sapatos, vai e me faz um segmento de sua coleção com peças exóticas - aka  esfolaram coelhos e raposas - para sua coleção de inverno.

Já acho abusivo usar peles, porque né, isso é coisa de homens da caverna quando ficavam peladões e esquentavam com as peles dos animais que caçavam para se alimentar. Mas hoje em dia é tão idiota usar peles, mas mais idiota ainda, sem noção e absolutamente coisa de colonizado é brasileiro usar. Não temos explicação racional para isso. Isso é coisa de gentinha deslumbrada que não consegue sequer escolher a própria roupa sem que a matriz americana e européia dê seu pitaco. Quer usar peles? Use a artificial, que imita completamente e faz mal algum pra ninguém. Bora colocar a pele artificial em bolsas, parte de casacos, enfim...fica na tendencinha sem amolar os bichos e nem pagar o ridículo de usar algo que esquenta pra caramba e não faz frio aqui pra isso, senhor. E pior, usar como DETALHE de roupa, sapato e bolsa. Esfolar bicho para acabamento de bolsa, que que isso, Arezzo.

Pagar  discursinho de autosustentabilidade (e imagino quantos eleitores "cabeça" da Marina Silva estão usando isso agora...) e aí usar pele e defender a Arezzo é pedir pra ser defenestrado hein.


A Arezzo deu um belo tiro no pé. E por nada, nadinha, essa onda de imitar, ops, inspired, tá mostrando que  não é só Ctrl+c, tem que pensar, analisar, deliberar e depois agir.
 Vá lamber o chão da Europa e EUA, Birman. E aproveita e coloca um ultra ar condicionado em terras brasileiras...quem sabe pega, filho.



P.S-> Em sua defesa, Birman disse que "as peles são uma tendência na Europa e EUA", ele retirou PARTE do segmento, apenas as peles de raposas. 
P.S2-> Birman, super tendência também matar gente por lá, não vou descrever isso de forma mais eloquente  em respeito a recente tragédia brasileira.
P.S3-> E antes que venha alguém dizer o clássico "mas você usa couro e come carne", já aviso que não como carne, uso couro e há uma diferença abissal em como se consegue a pele de um boi comparada a de uma de  raposa. Vão no Google, digite "peles de animais" e vejam a diferença. Aproveitem e vejam também o documentário "Não matarás",  DUVIDO que alguém use pele algum dia na sua vida depois disso. E sim, usar couro pode me fazer hipócrita. Mas enquanto eu não evoluo completamente e corto radicalmente tudo que venha de origem animal em minha vida, deixa eu tentar fazer uma pequena parte na preservação, melhor que não fazer nada e pagar de moderno e na tendência.

Danielle M

sábado, 12 de março de 2011

Umas das minhas trindades

Só de olhar já me inspiram!



Visita a Cuba em 1960. Simone, Sartre e Che!