quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Bullshit

Certa vez uma amiga, que ainda tentava digerir seu ultimo fiasco amoroso, me perguntou: você acha que o problema foi eu ter amado demais?

Perguntinha cretina que nao cabe um ‘sim’ ou um ‘nao’. O amor em excesso me remete à um conto do Tavola que falava do amor incondicional. Nao me lembro direito do que ele falava, mas lembro de ter chegado à conclusao de que o amor incondicional, desses gratuitos, que a gente nao espera nada em troca, ou seja, a forma mais sublime e generosa de amar, é e deveria ser reservada aos seres ‘inofensivos’ tais como os avos, os pais, os filhos, os amigos do peito, o Deus que escolheu, o gatinho ou cachorro de estimaçao.

Esse grupo merece nosso amor irrestrito e sem expectativas pois nao ha medo de enxergar as suas fraquezas e demonstrar as nossas. Afinal, a fonte nunca esgota. Diferente do amor passional (ou sexual se preferirem) pelo namorado/a, marido/esposa. Esse amor é condicional. E quantas condiçoes céus!

Ai começa a confusao. Mujeres dramaticas apaixonadas dao e doam amor incondicional e fingem nao querer nada em troca. Por pura generosidade ou puro egoismo, afinal ‘eu amo e é suficiente’. Mas nao da, nunca da. D-u-v-i-d-o escutar de uma mulher que foi feliz amando incondicionalmente um homem durante toda a vida.

O amor "carnal" é feito de condiçoes. O complicado é definir sob quais condiçoes precisamos ser amadas, aguentamos trancos e barrancos mas tudo, impossivel. A troca de amor entre duas pessoas é para suportar as mais profundas falhas e defeitos do outro. Algo como, “ei me ama de volta se nao nao dou conta do seu chulé”.

Entao quando alguém diz que amar demais é sofrer, bullshit. Sofre é quem ama de menos. Sofre é quem se acha capaz de viver na superficie do amor.

Pôr-do-sol no 'Little Venice' em Mikonos, Grécia.

2 comentários:

Anônimo disse...

Concordo plenamente!

senhorita sartori disse...

sofrer diante de um por do sol na Grécia é bem mais legal que sofrer caminhando nas margens do rio paraibuna! a gente se vê na próxima reunião do MADA, tsá!