Segunda feira, por volta das 16 horas, um jovem trabalhador de 23 anos foi assassinado por um segurança terceirizado das Casas Bahia. O tal segurança supostamente treinado e devidamente armado, alegou que atirou, após uma breve discussão, porque o menino estava "mal vestido", aka, parecia ladrão.
A discussão ocorreu porque Alberto Milfont Jr, trabalhador, disse ao encarregado da segurança que não era um bandido, e sim cliente. Essas foram as suas últimas palavras. Logo após foi alvejado. Na frente da namorada. Deixa família e filho. Mas o carnê das Casas Bahia estava quitado, nas mãos da namorada.
Precisei usar uma manchete sensacionalista para dar a real dimensão da gravidade desta situação, um preconceito que já nem se disfarça mais.
Roupa de trabalhador é vestimenta de bandido.
Deixo minhas profundas condolências à família de Alfredo, sua namorada e mãe de seu filho, que assistiu tudo. Que o seu menino possa crescer num país melhor, que palavras bonitinhas como "justiça"e "igualdade", não sejam proferidas pela classe média e esquecidas no trato do dia a dia.
Dou aulas para crianças muito pobres. Sei o que elas passam por serem negras e "mal vestidas". No mês da Consciência Negra, menos festa e mais reflexão.
Bom mesmo é ser dasluzete, mesmo sonegando imposto. Bom mesmo é ser deputado, mesmo fazendo parte de mensalão. Bom mesmo é dizer "isso é uma vergonha", mas defender o interesse diário da burguesia.
Morreu mais um brasileiro trabalhador. Ah, mas quem se importa?
Danielle M
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
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2 comentários:
me deu náusea este fato
o mundo so mantem a "ordem" porque cada macaco no seu galho. Pobreza se merece, ok. Mas merecer quanto?
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