terça-feira, 17 de junho de 2008

Porque tiraram a filosofia da escola?

Dias desses vi um documentario na TV sobre a educaçao das crianças na Suécia. So um pequeno PS antes de continuar o texto: sim, o documentario passou num canal privado e em horario nobre...

Fiquei fascinada como as criancinhas de 4, 5, 6 anos sao instruidas na escola. Para dar um exemplo elas aprendem desde pequenininhas pelo menos duas linguas: o sueco claro, e o inglês, pois eles sabem que ninguém mais no mundo fala sueco e que portanto é preciso se adaptar. E como ingles nem é taaao estrangeiro assim, o documentario mostrava os pituquinhos loiros tendo aula de culinaria no restaurante de um hotel com um chef francês, que claro, ensinava em francês. E ai deles se nao entendessem as intruçoes! Ah! E tem mais, ao fazerem estudos superiores, eles têm o direito de aprender uma segunda lingua estrangeira e assim se dar o luxo de falar chinês, ou espanhol, alemao, etc. Resultado, as pessoas do norte falam pelo menos umas 4 linguas fluentemente. Genial nao?

Genial mesmo se nos também tivéssemos a oportunidade de aprender coisas realmente uteis. Ok, 4 linguas pode ser um exagero se nao pretendemos nem sair da nossa cidade. Cada um com sua escolha. Mas fiquei pensando sobre as coisas que aprendemos na escola e realmente gastamos muito tempo absorvendo lixo. Ok de novo, Brasil nao é Suécia. Mas digam-me porque é preciso estudar calculo estequiométrico se nao usamos para nada?? Nao seria muito mais util ensinar pro cabeçudo do adolescente quais os efeitos quimicos da maconha no cérebro ao longo de anos? Ou para as moçoilas as reaçoes quimicas quando se mistura remédio de emagrecer e alcool?

Tudo bem, tudo bem, sei que as escolas seguem programas rigorosos do Governo, mas mesmo assim seria melhor se professores adaptassem o conteudo à realidade das pessoas. Imagino como seria emocionante para as crianças aprenderem calculos de quimica numa cozinha, por exemplo. As leis da fisica com demonstraçoes de uma batida de carro onde ninguém usa cinto de segurança seria mais produtivo. Ou entao matematica para explicar a crise alimentar que ameaça o mundo. Historia e português até faço concessoes pois sao coisas que para mim sao fundamentais de conhecer, mas em vez de obrigar o pobre coitado a classificar poemas de acordo com a sílaba métrica deixa o garoto fazer um roteiro de cinema para contar como foi a Proclamaçao da Republica. Juro que eu preferiria quando pentelha saber sobre geopolitica internacional do que a diferença entre rio, riacho e corrego.

Nao se trata somente de “modernizar” o ensino, reconheço que muita coisa esta sendo feita. Hoje em dia nao ha escola que se preze sem aula de informatica. Mas a questao é de preparar as crianças para o que realmente importa. A começar pela disciplina “cidadania”, onde aprenderiam todos seus direitos e deveres.

2 comentários:

Unknown disse...

Hot, concordo com tudo que vc diz.
Acho que a Filosofia e a História são a mãe das ciências humanas, não há como dissociar a consciência do que somos sem a Filosofia.

Ainda bem que a partir do ano que vem, o Brasil voltará a obrigatoriedade do ensino de Sociologia e Filosofia nas escolas públicas.

m. disse...

Ah que noticia boa!! E se tivesse o ensino de mitologia também seria o maximo.